quarta-feira, 3 de novembro de 2010

POPULAÇÃO DE URUARÁ CLAMA POR SOCORRO NA SEGURANÇA O comércio sofre assaltos todos os dias


Após as ações desenvolvidas pelo IBAMA, Força Nacional e a Polícia Federal no município de Uruará que fechou várias indústrias madeireiras gerando muito desempregos e milhões de multas para empresários, a paralisação das atividades do setor extrativista florestal aumentou absurdamente o numero de assaltos, roubos, furtos e homicídios na cidade.
Diante do desencadeamento de tantas violências e a falta de segurança pública eficazes na cidade muitos moradores já cogitaram a possibilidade de fazer justiça com as próprias mãos, mas as autoridades e a população resolveram tomar uma atitude para chamar atenção do governo e das autoridades que cuidam da segurança, foram para as ruas da cidade clamar por socorro na segurança pública.
A grande manifestação aconteceu na tarde desta quarta feira, 20 de outubro, mais de cinco mil pessoas vestidas de roupas pretas em sinal de luto, participaram da caminhada que teve início na praça da bíblia ás 15:00hs e encerrou-se na frente do Fórum da cidade.
Participaram da manifestação; escolas, cooperativas, sindicatos, sociedade civil organizada, Prefeitura municipal com a participação do prefeito Eraldo Pimenta, Gilmar Milansk - presidente da Câmara Municipal, vereadores e Leandro Souza Oliveira presidente da Associação Comercial de Uruará representando a classe.
Segundo o prefeito Eraldo Pimenta, Uruará está dando seu grito de socorro para mostrar ao Estado que existe e que faz parte do Brasil, o município está a mercê de sua própria sorte, um município com mais de 70 mil habitantes sem a menor possibilidade de segurança merecida, Eraldo Pimenta comentou que a população está receosa de sair de casa, com medo da violência, o comércio tem medo de abrir as portas por causa dos assaltos que acontecem todos os dias, cerca de dois comerciantes sofrem assaltos todos os dias, o povo de Uruará está preocupado com o que está acontecendo.
“Falta estrutura para a polícia trabalhar, a delegacia tem duas celas para 7 detentos e está lotada com 16, e tem mais 14 na espera, hoje as polícias Civil e Militar contam com duas viaturas para atender uma demanda de 10mil/km² de área do município onde estão incluídas os distritos, vilas e ainda somam com as polícias dos municípios vizinhos, por tanto não há a menor possibilidade da policia fazer seu trabalho de qualidade com a estrutura que possui hoje, não tem como combater a criminalidade”, disse em tom de preocupação o prefeito Eraldo Pimenta.
Segundo o prefeito o município tem feito sua parte, em parceria com a Câmara municipal doou terreno para a construção da delegacia e para a construção do quartel da PM, o município tem uma companhia da PM que deveria ter 100 homens, mais isto ainda não aconteceu, “o estado abandonou o município na questão da segurança, não tenho a menor dúvida que o Estado possa nos dá mais apoio em todos os aspectos inclusive na infra estrutura, nos falta mais policiais Civis e Militares para trabalhar pela segurança em nosso município”, disse Eraldo.
“Queremos paz, o povo clama!”, Uruará é um município pujante, mas, ainda não tem condições de atender com a estrutura necessária no que se refere a segurança, o município já assumi algumas responsabilidades que são inerentes ao estado, o prédio que é habitado pela policia é doado pela prefeitura, além do custeio de alimentação, pagamento de energia do prédio, isto seria responsabilidade do Estado, mas no entanto a prefeitura assume, disse o prefeito.
A polícia militar pelo poucos homens que têm trabalhando no município, eles tem cumprido suas responsabilidades, mas não tem condições de atender a demanda, eles não têm estrutura, falta carro, falta moto, o que tem deixado a segurança fragilizada e os bandidos aproveita para se fortalecer fazendo a festa.
“Em Uruará tem acontecido assalto a luz do dia, o governo do Estado está ausente, o município com poucos recursos faz de tudo pra ajudar, quero ressaltar que o poder judiciário tem feito o seu trabalho de forma competente, mas assim como as polícias, o Poder Judiciário no município também não tem estrutura necessária para atender toda a demanda”, comenta o prefeito.
Na manifestação as autoridades e a população reivindicaram a construção do quartel da PM, aumento do efetivo de policial Militar para no mínimo 100 homens, mais 2 delegados e 3 escrivães, mais 5 investigadores, 5 viaturas e 08 motos patrulhamento, isso já é necessário para que o trabalho de segurança no município de Uruará seja feito com eficácia, disse Eraldo.
Segundo o presidente da Câmara Municipal Gilma Milanski, “Uruara hoje grita por socorro”, já cansada de tantas violências, assaltos, roubos e até mesmo assassinatos, diante disto é que as populações juntamente com as autoridades se reuniram para fazer essa manifestação, pois estamos abandonados pelo governo do Estado.
Inúmeras vezes a polícia faz seu papel, prende o bandido, o criminoso e o assaltante, mas o judiciário solta sem informar a sociedade porque está soltando o individuo, também diante destes fatos a população se manifesta repudiando este tipo de atitude e grita por socorro na segurança pública. “Queremos paz, queremos justiça”, precisamos mais de material humano nas policias; aparelhar mais o poder judiciário no município. Há um bom tempo a Câmara municipal através de ofícios para a secretaria de segurança publica do Estado pedindo ações para que se faça alguma coisa, mas infelizmente não é feito nada pela parte do Estado e hoje com a força da população vindo para as ruas esperamos que sejamos vistos, e que toda a população clama por segurança, disse Gilmar.
Segundo o capitão/PM Marcio Abud, a função da corporação é fazer um policiamento ostensivo e preventivo no combate a criminalidade no Pará. Há 2 anos e 9 meses sai de Uruará para Altamira um comboio de meliantes que são presos em Uruará e que tem suas prisões decretas e vão para o presídio de Altamira.
Uruará é a cidade que mais leva presos para Altamira, “nós temos combatido essa criminalidade dentro da cidade com os policiais 24 horas na rua, temos parceria com a policia civil, até a função que seria da policia federal a PM está fazendo, estamos fazendo ronda e prendendo na rodovia federal, mas não tem como fazer isso freqüente porque nos temos só 34 homens, uma viatura e quatro motos, fazemos aquilo que está dentro de nossas possibilidades”, disse Abud, ele comenta ainda que a maior a dificuldade é a falta de fiscalização na rodovia federal uma vez que Uruará tem sido refúgio e esconderijo para criminosos devido ter várias rotas de fugas, como travessões e vicinais para Altamira, Santarém e Itaituba, recentemente a polícia prendeu dois assassinos envolvidos no assassinato do comandante Torres, no Xingu, eles estavam escondidos em Uruará. Somente este ano a policia prendeu em Uruará 25 traficantes de drogas, por tanto, mesmo sem condições estruturais estamos fazendo a nossa parte, disse o capitão.
Segundo o padre Jeová de Jesus, pároco local: a paróquia, os empresários, comerciantes, agricultores e a sociedade em geral, ninguém tem escapado desse vandalismo que tem acontecido na cidade, a cidade esta em estado de anarquia, sentimos na pele a falta de segurança, hoje a ausência das autoridades competentes que deveriam combater o crime, não agüentam mais, os colonos vem do interior e não sabem se voltam com seus veículos, mulheres tem sido estupradas, casas tem sido roubadas, comércio tem sido assaltados a qualquer hora do dia ou da noite, os bandidos não se preocupam em esconder o rosto, nem colocam mascara, eles já tem a certeza da impunidade, isso tem aumentado violência, disse o padre.
Se alguém tem que sair desta cidade, não é a população de bem, e sim os bandidos, para isso é necessários que tenhamos uma polícia preparada, com toda estrutura necessária para combater esses criminosos e colocá-los em seus devidos lugares, uma cela no presídio, disse o padre.
A Associação Comercial de Uruará, representada na manifestação pelo seu presidente Leandro, se manifestou preocupada com os constantes assaltos no comércio local, alguns deles com muitas violências contra as vitimas e através dos comerciantes do município que são sustentáculo da base da economia local gerando emprego e renda, chama atenção das autoridades que tomem medidas cabíveis e necessárias para dar um basta nesta situação de violência a qual está submetida à população trabalhadora de Uruará, a população quer paz, finaliza.

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